A uvaia é uma arvoreta ou arbusto nativo do sul e sudeste do Brasil, e cultivada em quintais e pomares domésticos principalmente pelos seus saborosos frutos. O nome “uvaia” vem do tupi e significa “fruta ácida”. Ela é aparentada com a Pitanga, Grumixama, e a Cereja-do-rio-grande. Alcança de 4 a 10 metros de altura, com 30 a 50 cm de diâmetro de tronco. Pode ter caule único e retilíneo ou ramificar desde à base, de acordo com a variedade. Apresenta folhas pequenas, opostas, de forma elíptica, inteiras e aromáticas. Floresce na primavera, despontando flores axilares, pedunculadas, hermafroditas, tetrâmeras e brancas. O fruto que se segue é uma drupa globosa a piriforme, com 2,5 a 4 cm de diâmetros, carnosa, suculenta, de casca e polpa amarela a alaranjada, com até quatro sementes redondas. Eles amadurecem no verão e são avidamente consumidos por passarinhos.
Os frutos são doces e ácidos, muito aromáticos, ricos em vitamina C e podem ser consumidos in natura e na forma de sucos, sorvetes, caldas, compotas, vinhos, vinagres e como saborizante de licores e aguardentes. Apesar de deliciosos, os frutos da uvaia raramente são vistos em supermercados ou feiras, visto que se sua casca fina e delicada se rompe e amassa com facilidade, e a polpa oxida em poucas horas, o que provoca a rápida deterioração após a colheita. Por este motivo os cultivos comerciais são raros.
No paisagismo seu uso é crescente, pois além de frutífera, a uvaia é uma árvore elegante, com copa arredondada e esparsa, de crescimento moderado e pequeno porte. Apesar dos frutos fazerem alguma sujeira por ocasião da queda, suas qualidades sem dúvida se sobrepõem a este problema e ela deve ser utilizada para ornamentar jardins residenciais, calçadas, parques, praças, etc. Por ser nativa e frutífera, atraindo a avifauna, ela é fortemente indicada para projetos de reflorestamento heterogêneos, em áreas de preservação permanente. A madeira da uvaia é considerada de boa qualidade, sendo pesada, dura e durável, própria para o uso em moirões, cercas, estacas, postes, cabos de ferramentas e lenha.
Deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, profundo, levemente ácido e irrigado regularmente no primeiro ano de implantação. Após plena adaptação, as regas podem ser deixadas por conta das chuvas, e somente suplementadas se ocorrer estiagem durante a floração e frutificação. Tolerante a baixas temperaturas e geadas leves. Multiplica-se por sementes colhidas de frutos despolpados e postos a germinar imediatamente após a colheita. A germinação ocorre entre 40 a 60 dias após o plantio, com taxa de cerca de 40%. A frutificação inicia entre 2 a 4 anos após o plantio.