O Mammea americana, mais conhecido como abricó-do-pará, é uma árvore perenifólia, longeva e frutífera, originária da região amazônica e das Antilhas. Esta espécie destaca-se não apenas por sua longevidade, mas também pela sua capacidade de produzir frutos por muitos anos. Em condições ideais de crescimento, como nos solos ricos e úmidos da Amazônia, o abricó-do-pará pode atingir alturas impressionantes, ultrapassando 20 metros. Seu tronco é curto, proporcionando uma estrutura robusta que suporta a copa densa e frondosa, cuja forma varia de piramidal a oval. Esta configuração de copa confere um aspecto bastante ornamental à árvore, comparável em porte e forma à copa da Magnólia (Magnolia grandiflora).
As folhas do abricó-do-pará são elípticas a obovadas, apresentando uma textura coriácea, o que é típico de muitas árvores de regiões tropicais. Sua coloração verde-escura e o brilho característico das folhas opostas adicionam um charme especial à aparência da árvore. Essas características foliares são um indicativo da adaptação da planta aos ambientes úmidos, onde a perda de água por evaporação precisa ser eficientemente controlada.
A floração ocorre no final da primavera e início do verão, um período que coincide com o aumento da umidade e temperatura em seu habitat natural. As flores são grandes e brancas, muitas vezes surgindo solitárias ou em pares opostos. Os longos estames formam um tufo central, um detalhe que chama atenção pela sua beleza. É importante ressaltar que as flores do abricó-do-pará são polinizadas por uma variedade de insetos, um aspecto crucial para a reprodução da espécie.
Os frutos do abricó-do-pará são bagas comestíveis, embora muitas vezes sejam erroneamente classificados como drupas. De formato globoso, eles apresentam uma casca pardacenta que encerra uma polpa carnosa, macia e de cor amarela a alaranjada. Cada fruto carrega quatro sementes, e seu sabor adocicado varia em textura, podendo ser crocante, suculento, mais firme ou mais macio.
Além de sua beleza ornamental, a árvore do abricó-do-pará é ideal para compor bosques tropicais, seja em plantações isoladas ou em renques. Sua folhagem densa e robusta serve como um eficiente quebra-vento, protegendo áreas menores e mais delicadas do jardim. Devido ao seu tamanho avantajado, o plantio do abricó-do-pará é mais recomendado para jardins amplos, parques e fazendas, onde há espaço suficiente para seu pleno desenvolvimento. Um aspecto interessante do abricó-do-pará é o seu crescimento lento, levando de seis a dez anos desde o plantio até a primeira floração, um fator que deve ser considerado no planejamento paisagístico.
Os frutos são versáteis na culinária, podendo ser consumidos ‘in natura’ ou cozidos, além de serem utilizados em xaropes, compotas e licores. A casca e as sementes, por outro lado, são adstringentes e devem ser removidas antes do consumo. A partir das flores, produz-se um destilado licoroso e aromático, conhecido como Eau Créole. As sementes ainda possuem propriedades inseticidas e parasiticidas, utilizadas tradicionalmente no controle de pragas como piolhos, carrapatos, pulgas e vermes.
Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia sombra, em solo fértil, profundo, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente, principalmente nos primeiros anos de implantação. Aprecia o calor e a umidade tropicais, se desenvolvendo melhor em regiões com índices pluviométricos anuais acima de 1500 milímetros.
Em outros locais é recomendada uma irrigação suplementar. O abricó-do-pará não tolera frio intenso, geadas ou mesmo períodos de estiagem. Adubações orgânicas regulares, assim como uma boa cobertura morta mantida sobre o solo são importantes para o abricó-do-pará. Multiplica-se por sementes ou preferencialmente por garfagem (uma forma de estaquia). As sementes tem uma germinação lenta e desuniforme, levando de 60 a 260 dias para se completar.