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Sálvia-bicolor

Salvia leucantha

Raquel Patro

Atualizado em

Salvia leucantha, Sálvia-bicolor, Sálvia-mexicana

A Salvia leucantha, conhecida popularmente como sálvia-mexicana ou sálvia-bicolor, é uma espécie arbustiva, perenifólia e muito ornamental, que tem se popularizado no paisagismo de climas tropicais e subtropicais por sua rusticidade, floração exuberante e atratividade a inúmeros polinizadores.

O nome do gênero Salvia, do latim salvere, refere-se à cura e à saúde, um aceno às numerosas propriedades medicinais associadas a esta família de plantas. Já o epíteto específico leucantha é derivado de duas palavras gregas: leukos (λευκός), significando “branco”, e anthos (ἄνθος), que significa “flor”. Este nome faz uma referência direta às características distintivas das flores da planta, que frequentemente apresentam uma coloração branco-lanígera que contrasta com cálices arroxeados.

Sálvia-mexicana de flores roxas
As flores da Salvia leucantha podem ser brancas ou roxas.

A sálvia-bicolor é uma espécie nativa das regiões de florestas de coníferas subtropicais e tropicais no centro e leste do México. Adaptada a uma variedade de climas, a planta prospera em altitudes que variam desde o nível do mar até locais montanhosos, indicativo de sua notável versatilidade e resiliência. Apesar do habitat natural desta sálvia ser predominantemente quente, ela tem se provado flexível e versátil, adaptando-se aos rigores de climas subtropicais com facilidade.

Esta sálvia possui ramagem com textura semi-lenhosa, indicando uma transição entre herbáceo e lenhoso, o que confere à planta uma base firme e resiliente. Elas podem alcançar alturas que variam de 120 a 180 cm, com igual diâmetro. Os ramos, são numerosos e eretos, ramificados desde a base e muitas vezes arqueando em suas pontas, especialmente quando em floração, conferindo à planta um aspecto gracioso de cascata.

Os novos crescimentos dos ramos, com seu velame branco, adicionam um contraste interessante com as folhas cinza-esverdeadas logo abaixo. Além da coloração incomum, as folhas são linear-lanceoladas, com a superfície inferior coberta por uma pelagem branca e felpuda, dando-lhes uma textura suave e um aspecto visual ‘lanoso’.

A floração da Salvia-bicolor é, sem dúvida, a característica mais espetacular da planta. As flores emergem em densas inflorescências do tipo espiga, terminais e arqueadas que se elevam acima da folhagem, dominadas por brácteas duráveis, roxas a azuladas e flores felpudas, brancas ou roxas, de acordo com a cultivar. Estas inflorescências aveludadas não são apenas belas, mas também funcionais, atraindo uma variedade de polinizadores, incluindo borboletas, abelhas e beija-flores.

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Durante períodos em que outras fontes de néctar podem escassear, suas flores servem como um oásis para esses importantes agentes de polinização, desempenhando um papel vital na sustentação da biodiversidade local. As flores geralmente aparecem do final do verão até a primeira geada, proporcionando um espetáculo visual quando muitas outras plantas começam a declinar. Em climas favoráveis a floração pode se estender durante todo o ano. Os frutos que se seguem ficam escondidos no cálice da flor e tem quatro sementes pequenas em casa.

Entre as cultivares mais populares estão:

  • Santa Barbara: possui um hábito de crescimento mais compacto e flores mais densamente agrupadas.
  • Midnight: destaca-se por suas flores de um intenso tom púrpura quase preto, que proporciona um contraste dramático no jardim.
  • White Velour: a versão de inflorescências inteiramente brancas, oferece um espetáculo particular quando plantada em massas ou como contraste com variedades de flores mais escuras.

No paisagismo, a Salvia leucantha é altamente valorizada por suas inflorescências aveludadas que aparecem em uma variedade de tons de azul ou púrpura, contrastando dramaticamente com suas flores brancas lanosas. Devido à sua estrutura ereta e ao hábito de crescimento denso, ela é ideal para criar bordaduras coloridas e maciços impressionantes em áreas de pleno sol. Pode ser plantada em linhas para formar uma borda natural viva que define caminhos e separa diferentes seções do jardim, oferecendo um pano de fundo rico para plantas de menor altura. Por suas cores arroxeadas, ela combina perfeitamente com outras plantas de flores brancas, cor-de-rosa ou amarelas.

Canteiro entorno de uma oliveira, com sálvia-bicolor em Campo Largo/PR - Brazil. Foto de Raquel Patro, Viveiro Rivabem
Canteiro entorno de uma oliveira, com sálvia-bicolor em Campo Largo/PR – Brazil. Foto de Raquel Patro, Viveiro Rivabem

Esta sálvia é particularmente adequada para jardins de baixa manutenção devido à sua natureza robusta e resistência a secas. Uma vez estabelecida, requer muito pouco cuidado, podendo prosperar em solos bem drenados sem necessidade de irrigação frequente. Quando combinada com oliveiras, alecrim e lavanda confere uma atmosfera mediterrânea ao jardim.

Em regiões de clima temperado, onde não sobrevive ao inverno ao ar livre, ela pode ser cultivada em vasos. Isso permite que seja movida para interiores ou áreas protegidas durante os meses mais frios. Cultivá-la em vasos e jardineiras também é uma excelente opção para espaços pequenos, como pátios ou varandas. Essa sálvia fica especialmente atraente em floreiras de prédios, onde pode derramar suas flores e serem apreciadas de diferentes ângulos.

A durabilidade e a beleza das flores de Salvia leucantha também as tornam escolhas populares para arranjos florais. As flores permanecem vibrantes e atraentes por bastante tempo mesmo após serem cortadas, fazendo delas adições valiosas a buquês e arranjos florais. Além disso, as flores desidratadas também são belas e apropriadas para arranjos perenes.

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A Salvia leucantha não apenas embeleza os jardins com suas flores, mas também serve como uma planta de considerável interesse medicinal, oferecendo benefícios que são utilizados tradicionalmente em várias culturas. Ela é rica em compostos bioativos que incluem sesquiterpenos, além de importantes óleos essenciais que contêm substâncias como o β-caryophyllene. Estes componentes são estudados por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Veja mais no quadro sobre os usos medicinais.

A sálvia-bicolor prospera em locais que recebem pleno sol. Embora tolere sombra parcial, a luz solar direta por pelo menos 6 horas por dia é ideal para garantir um florescimento abundante. Em regiões de clima muito quente, sombra parcial durante as horas mais quentes do dia pode prevenir queimaduras nas folhas. Já o solo ideal para o cultivo deve ser bem drenado e de fertilidade moderada. Embora seja uma planta tolerante a diferentes tipos de solo, ela se beneficia de adições de matéria orgânica. Uma mistura de terra para jardim, composto orgânico e areia é adequada para proporcionar a drenagem necessária.

Apesar de ser resistente à seca uma vez estabelecida, ela se desenvolve melhor com alguma umidade. Durante o período de crescimento, recomenda-se regar a planta profundamente uma vez por semana, permitindo que o solo seque entre as regas para evitar o encharcamento. Ideal para zonas climáticas 10-11 (clima predominantemente subtropical), a Salvia leucantha não é resistente a geadas severas. Em regiões onde as temperaturas invernais caem abaixo do ponto de congelamento, a planta deve ser cultivada em vasos e levada para ambientes protegidos ou usar coberturas para proteção contra o frio.

A poda é uma parte essencial da manutenção desta sálvia, ajudando a estimular o crescimento novo e a manter a forma desejada. Pode-se realizar uma poda leve para remover as flores velhas e estimular uma segunda floração. No final do inverno ou início da primavera, recomenda-se uma poda mais drástica, cortando a planta a cerca de 30 cm do solo para promover um crescimento vigoroso.

Detalhe das flores e folhas da Salvia leucantha
Detalhe das flores e folhas da Salvia leucantha

Embora não seja extremamente exigente quanto à fertilização, responderá bem à aplicação de um fertilizante equilibrado no início da primavera e no meio do verão, para suportar o crescimento das flores. Fertilizantes granulados de liberação lenta, do tipo Cote (Osmocote e Basacote) são uma excelente opção para fornecer nutrição contínua.

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Felizmente, a Sálvia-bicolor não é frequentemente alvo de pragas ou doenças. No entanto, é sempre bom estar atento à possibilidade de infestações de ácaros ou pulgões, especialmente em climas mais secos. Inseticidas naturais ou sabão inseticida podem ser utilizados para controlar estas pragas sem prejudicar as abelhas e borboletas que visitam as flores. Aplicar uma camada de cobertura morta ao redor da base das plantas pode ajudar a conservar a umidade do solo, suprimir as ervas daninhas e manter a temperatura do solo estável. Materiais orgânicos, como a casca de pinus ou o chips de coco, são ideais para isso.

A propagação pode ser feita por estaquia ou divisão de touceiras. A estaquia é o método mais utilizado e consiste em cortar segmentos de ramos que não estejam floridos, preferencialmente no início do verão. As estacas devem ter cerca de 10-15 cm de comprimento e é aconselhável remover as folhas inferiores. Plantar em uma mistura de perlita e turfa mantida úmida, em condições de alta umidade e temperatura amena. Alternativamente, podemos efetuar a divisão de touceiras, no início da primavera ou no outono. As plantas podem ser cuidadosamente divididas, garantindo que cada muda tenha uma parte suficiente de raiz.

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Sobre Raquel Patro

Raquel Patro é paisagista e fundadora do site Jardineiro.net. Desde 2006, ela desenvolve conteúdos especializados em plantas e jardins, pois acredita que todas as pessoas, sejam amadores ou profissionais, devem ter acesso a conteúdos de qualidade. Nerd de carteirinha, ela gosta de livros, ficção científica e tecnologia.