O pau-ferro, recentemente reclassificado de Caesalpinia leiostachya para Libidibia ferrea var leiostachya, é um árvore perenifólia a semi-decídua, de beleza imponente, utilizada em projetos de paisagismo, no Brasil e no mundo. Ele é nativa da mata atlântica, ocorrendo do sudeste ao nordeste do Brasil, nas florestas pluviais de encosta atlântica (floresta ombrófila densa). Notável por sua qualidade, a madeira do pau-ferro é considerada uma das mais densas e pesadas encontradas no continente americano.
Sua copa é arredondada e ampla, com cerca de 6 a 12 metros de diâmetro. O porte é majestoso, atingindo de 20 a 30 metros de altura. Seu tronco apresenta de 50 a 80 cm de diâmetro. Ele é claro, marmorizado, liso e descamante, relevando manchas que vão do cinza ao verde, o que lhe confere em efeito bastante ornamental. As folhas são compostas bipinadas, com numerosos folíolos elípticos e opostos, de cor verde-escura.
A floração do pau-ferro ocorre no verão e outono, quanto desponta inflorescências do tipo panícula, axilares ou terminais. As flores são amarelas, pequenas, graciosas, mas de importância ornamental secundária. Os frutos que se seguem após a polinização são vagens duras que amadurecem no inverno e contêm de uma a quatro sementes. Parte dos frutos cai, enquanto que uma boa parte ainda permanece na planta, formando de certa forma um banco de sementes aéreo, importante para a preservação da espécie. As sementes são de cor marrom, oblongas.
O pau-ferro é muito visado para o paisagismo por suas características ornamentais e de sombreamento. Seu tronco marmorizado lhe confere um atrativo à parte e, por esse motivo, se torna o queridinho de muitos paisagistas. Apesar do porte avantajado, não possui raízes agressivas, o que é um fator importante de eleição para arborização urbana. Deve-se evitar, no entanto, o plantio em calçadas, sob fiação elétrica, e em locais de transito intenso de pessoas e carros, pois caso os ramos quebrem e caiam durante tempestades, acabam por se tornar perigosos.
O pau-ferro também é uma opção apropriada para áreas que requerem sombreamento natural, graças à densidade de sua folhagem. Ele é uma opção interessante para locais amplos, que comportem o seu porte, como parques, praças e jardins de grande porte, onde pode ser aproveitado isolado, como ponto focal, ou em renques e grupos. Em recuperação de áreas degradadas, o pau-ferro também é uma excelente escolha, por crescer bem em áreas abertas, além de atrair e abrigar a avifauna nativa, contribuindo assim para a regeneração do delicado ecossistema da Mata Atlântica.
Como o próprio nome já diz, o pau-ferro possui madeira dura, extremamente densa, durável e resistente, de excelente qualidade para a fabricação de partes nobres de violões, violinos, bengalas, tacos de golfe, de bilhar, assim como para construção civil, na construção de vigas, esteios, caibros, aberturas, pisos, etc. Por suas qualidade é conhecido como o “ébano brasileiro”. Acredita-se que o nome da árvore deriva do som metálico e das faíscas que ocorrem quando machados tentam cortar seu tronco. A densidade de sua madeira é tão alta, que é mais atingida por raios do que outras árvores. Os nativos brasileiros historicamente costumavam fazer poderosos tacapes a partir de sua madeira.
O pau-ferro deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente no primeiro ano após o transplante das mudas. Após bem estabelecidas, elas criam raízes profundas e são capazes de resistir a curtos períodos de estiagem. Seu crescimento é considerado rápido, embora geralmente árvores de madeira de alta densidade tenham a tendência a crescer de forma mais lenta.
Multiplica-se por sementes, que devem ser escarificadas antes do plantio, para quebra de dormência. As sementeiras ou tubetes devem ficar sob meia-sombra e irrigados pela manhã e pela tarde. Emergem em 20 a 30 dias após o plantio. As mudas devem ser transplantadas para saquinhos maiores ou para o local definitivo quanto atingirem seis centímetros de altura.