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Palmeira-imperial

Roystonea oleracea

Raquel Patro

Atualizado em

Palmeira-imperial - Roystonea oleracea

A palmeira-imperial (Roystonea oleracea) é um espécie de palmeira monóica, solitária e imponente, muito robusta e de grande porte, que alcança entre 30 e 40 metros de altura. Ela é nativa das Antilhas (especialmente de Trinidad e Tobago, Dominica, Martinica e Santa Lúcia), Guianas e norte da América do Sul, sendo amplamente cultivada como planta ornamental em diversas regiões tropicais e subtropicais do mundo, incluindo o Brasil, onde foi amplamente disseminada desde o período imperial.

Seu habitat natural compreende florestas tropicais úmidas e margens de cursos d’água, crescendo em solos profundos, bem drenados e ricos em matéria orgânica. Pode ocorrer em altitudes que variam do nível do mar até cerca de 600 metros, sob alta umidade atmosférica e boa luminosidade.

O nome do gênero ‘Roystonea‘ homenageia o general norte-americano Roy Stone, engenheiro do exército dos Estados Unidos que atuou no Caribe no século XIX, contribuindo para a infraestrutura da região. Já o epíteto específico ‘oleracea’ vem do latim, significando “comestível” ou “relativo a hortaliças”, em alusão ao uso culinário do palmito dessa espécie em algumas culturas tradicionais.

As folhas tem de 3 a 5 metros de comprimento, e são pinadas, com folíolos arqueados e inseridos no mesmo plano, diferindo assim da palmeira-real-de-cuba (Roystonea regia), que apresenta folhas mais plumosas. Elas são dispostas em espiral no ápice do caule, formando uma copa imponente e simétrica.

Seu estipe (tronco) é de cor cinza claro, liso, uniformemente cilíndrico, apenas um pouco mais engrossado na base e com diâmetro entre 40 e 60 centímetros. O crescimento é contínuo ao longo do ano em condições climáticas favoráveis. O palmito, localizado no interior do estipe, é comestível, mas seu corte resulta na morte da planta, pois ela possui apenas uma gema apical.

O estipe é longo e muito elegante.
O estipe é longo e muito elegante.

Seu sistema radicular é fasciculado, denso e superficial, com raízes adventícias que não emitem raízes aéreas. Apesar de volumosas, as raízes não costumam causar danos a calçamentos quando a palmeira é plantada com espaçamento adequado.

A coroa é arredondada, com aproximadamente vinte folhas dispostas de forma ereta ou horizontalmente, o que permite visualizar o palmito recoberto pelas bainhas à distância, sendo esta mais uma das características que à diferencia da palmeira-real-de-cuba. Nesta última, as folhas mais velhas pendem sobre o palmito, dificultando a visualização do mesmo.

A Roystonea oleracea é uma espécie monóica, ou seja, apresenta flores masculinas e femininas na mesma planta. Suas inflorescências são ramificadas, do tipo panícula, e surgem abaixo da coroa foliar, protegidas por uma espata lenhosa antes da abertura. Elas medem de 1 a 1,5 metros de comprimento e contêm grande número de flores pequenas, de cor creme a branco-amareladas.

A floração da palmeira-imperial ocorre principalmente entre os meses de primavera e verão, embora possa haver variações conforme o clima local. As flores são perfumadas e visitadas por abelhas, vespas e outros insetos, favorecendo a polinização cruzada, que se dá predominantemente por via entomófila.

Inflorescência da Palmeira-imperial.
Inflorescência da Palmeira-imperial. Foto de Marcel Carita Vaz

Os frutos são drupas elipsoides a globosas, de coloração roxa a preta quando maduros, medindo cerca de 1,5 a 2 cm de comprimento e contendo uma única semente dura. A maturação ocorre cerca de 6 a 8 meses após a floração. Eles se formam no verão e são atrativos para morcegos diversas aves silvestres, em especial psitacídeos, como papagaios, araras e caturritas.

Um símbolo da aristocracia na história do Brasil, a primeira palmeira desta espécie foi plantada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro pelo então príncipe regente Dom João VI, em 1809. Acredita-se que a primeira muda tenha sido trazida das Antilhas e plantada com grande cerimônia. Essa muda recebeu o nome de “Palma Mater”, sendo a matriz das demais palmeiras imperiais cultivadas no Brasil ao longo do século XIX e acabou fulminada por um raio em 1972.

A espécie logo se tornou símbolo de nobreza e status social, sendo plantada em alamedas e jardins de palácios, fazendas de café e residências aristocráticas, principalmente durante o Império. Por esse motivo, passou a ser conhecida como “Palmeira-imperial”, embora esse nome popular também seja utilizado para outras espécies do gênero Roystonea, como R. regia, de origem cubana.

Uma palmeira indiscutivelmente imponente.
Uma palmeira indiscutivelmente imponente. Foto de

Por muito tempo, a palmeira-imperial foi plantada com exclusividade em propriedades imperiais. Conta-se que, no período imperial, a distribuição de mudas para pessoas comuns só era autorizada com permissão oficial, o que reforçava seu status de planta “nobre”.

Além de sua importância estética, há também registros do uso do palmito da Roystonea oleracea como alimento, embora seu corte implique a morte da planta, o que restringe seu uso comercial e o diferencia de espécies de cultivo específico para palmito, como a pupunha (Bactris gasipaes).

A Palmeira-imperial é amplamente valorizada no paisagismo de grandes áreas, graças ao seu porte majestoso e impacto visual monumental, principalmente quando plantada em duplas, grupos ou fileiras. Com seu tronco alto, elegante e colunar, aliado à copa simétrica e coroa verde intensa, essa palmeira confere imponência e sofisticação à composição paisagística. Ela é especialmente indicada para:

  • Alamedas e vias de acesso, onde pode ser utilizada em fileiras simétricas, formando um corredor visual marcante.
  • Praças, jardins públicos e entradas de edifícios institucionais, onde atua como ponto focal ou elemento vertical de destaque.
  • Jardins históricos e restauros de fazendas antigas, em que contribui com a ambientação clássica de época.

Apesar de seu visual exuberante, a palmeira-imperial requer espaço para se desenvolver plenamente. Seu uso não é indicado para pequenos jardins ou áreas com restrições verticais. Além disso, plantada isolada ou em jardins pequenos ela facilmente fica desproporcional.

Plantas jovens, mas com o característico estipe calibroso.
Plantas jovens, mas com o característico estipe calibroso. Foto de Krzysztof Ziarnek, Kenraiz

Outro ponto a favor de sua utilização é a baixa exigência de manutenção: após o plantio e a fase inicial de crescimento, exige poucos cuidados. É tolerante à poluição urbana, o que a torna adequada também para arborização em grandes avenidas. Seu valor simbólico, associado à imponência e elegância, faz da palmeira-imperial uma das espécies mais icônicas e desejadas no paisagismo institucional, histórico e cerimonial.

A Palmeira-imperial é uma planta tropical, que se desenvolve plenamente em regiões quentes e úmidas. Ainda assim, é possível cultivá-la em clima subtropical, em centros urbanos e vales, menos sujeitos a geadas e frio intenso. Exige alta luminosidade, preferindo sol pleno durante todo o dia. Embora tolere alguma sombra na fase jovem, a exposição direta ao sol favorece um crescimento vigoroso e uniforme.

Seu cultivo ideal ocorre em temperaturas médias acima de 20 °C, com crescimento prejudicado em locais com invernos rigorosos. A temperatura mínima tolerada gira em torno de 5 °C, mas, sob geadas, as folhas podem ser danificadas, especialmente em mudas jovens.

Prefere solos profundos, férteis, bem drenados e ricos em matéria orgânica, embora também se desenvolva em solos argilosos ou arenosos, desde que não compactados nem sujeitos a encharcamento. Apresenta boa adaptação a terrenos com lençol freático profundo.

Apesar de sua popularidade, não é indicada para cultivo em vasos devido ao seu porte monumental e sistema radicular volumoso. Em áreas urbanas, recomenda-se plantar em locais com espaço amplo para o desenvolvimento pleno da planta.

Perceba como as folhas parecem estar inseridas no mesmo planto, na coroa.
Perceba como as folhas parecem estar inseridas no mesmo planto, na coroa. Foto de

Ela responde bem à adubação, crescendo em velocidade. Fertilize com adubos próprios para palmeiras durante o período de crescimento. Aprecia o calor e a umidade tropicais, sendo menos resistente ao frio do que a palmeira-real-de-cuba.

A Palmeira-imperial apresenta boa resistência à salinidade e maritimidade, sendo uma excelente escolha para regiões litorâneas. Também se resiste muito bem aos ventos, embora não seja tão flexível a ponto de tolerar tornados fortes, como algumas outras espécies de palmeiras.

O plantio da Palmeira-imperial deve ser feito preferencialmente no início da estação chuvosa, em berços bem preparadas, com adubação orgânica rica em esterco curtido e húmus de minhoca. O berço deve ter ao menos 60 cm de profundidade e largura, ou o dobro do tamanho do torrão.

Plantas adultas podem ser curadas, transportadas e transplantadas com sucesso, desde que sejam jovens e sejam bem manejadas durante todo o processo. O tutoramento com escoras é essencial após o transplante.

As regas devem ser regulares nos primeiros meses, especialmente em épocas secas. Após o estabelecimento, a palmeira torna-se mais resistente à estiagem, mas se beneficia de irrigações suplementares em períodos prolongados de seca.

Não requer podas regulares, apenas a remoção de folhas secas ou danificadas, sempre com ferramentas limpas e afiadas. Jamais remova mais do que 40% da coroa da planta, sob pena de provocar graves falhas no seu crescimento, como áreas estreitadas no estipe que só poderão ser visualizadas anos depois.

Frutos maduros podem ser colhidos para evitar sujeira ou riscos de queda em áreas de circulação. A manutenção geral da Palmeira-imperial é considerada baixa, sendo ideal para paisagismo de longa duração com poucas intervenções.

Semente da Palmeira Imperial
Semente da Palmeira Imperial. Foto de Miranda

A Palmeira-imperial é relativamente rústica e apresenta boa resistência natural a pragas, mas pode ser acometida por problemas pontuais. Dentre os mais comuns estão:

  • Brocas-do-estipe, que podem perfurar o tronco em palmeiras debilitadas.
  • Besouros e lagartas, que atacam as folhas novas e podem ser fatais dependo da infestação.
  • Cochonilhas e ácaros, principalmente em ambientes secos ou mal ventilados.

Doenças fúngicas, como manchas foliares e podridão do estipe, são raras, mas podem ocorrer em solos mal drenados ou sob excesso de umidade. A prevenção inclui boa drenagem, adubação equilibrada e monitoramento de pragas.

A propagação da Palmeira-imperial é feita exclusivamente por sementes recém colhidas. As sementes devem ser colhidas de frutos maduros, lavadas e postas para germinar em substrato leve e úmido, sob sombra parcial.

A germinação ocorre entre 30 e 90 dias, dependendo da temperatura e da viabilidade das sementes. O crescimento inicial é considerado lento nos primeiros anos, com aceleração progressiva a partir do segundo ou terceiro ano de cultivo.

Em condições ideais, a Palmeira-imperial pode crescer de 50 cm a 1 metro por ano. Plantas adultas, bem estabelecidas, apresentam ritmo de crescimento constante e uniforme, alcançando a maturidade entre 10 e 15 anos após o plantio.

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Sobre Raquel Patro

Raquel Patro é paisagista e fundadora do site Jardineiro.net. Desde 2006, ela desenvolve conteúdos especializados em plantas e jardins, pois acredita que todas as pessoas, sejam amadores ou profissionais, devem ter acesso a conteúdos de qualidade. Nerd de carteirinha, ela gosta de livros, ficção científica e tecnologia.