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Mirtilo-olho-de-coelho

Vaccinium virgatum

Raquel Patro

Atualizado em

Mirtilo Vacinum virgatum

O mirtilo-olho-de-coelho (Vaccinium virgatum) é um arbusto frutífero, ornamental, hermafrodita e decíduo. O nome curioso dessa espécie, se deve ao fato de que os frutos ficam rosados antes da maturação completa, lembrando os olhos dos coelhos brancos. Ele cresce naturalmente em pântanos abertos, brejos, margens arenosas de lagos e riachos e bosques montanhosos do leste e sudeste dos Estados Unidos, da região que compreende os estados da Carolina do Norte até o Texas. Apresenta vários caules finos, eretos, ramificados, lenhosos, de casca descamante e marrom escura. Suas folhas são estreitas, ovaladas a elípticas, dispostas em espiral, com nervuras destacadas e sustentadas por pecíolos curtos.

Foto de Sabrina Setaro

As flores do mirtilo-olho-de-coelho surgem entre o final do inverno e início da primavera, em inflorescências do tipo rácemo, axilares. Elas são brancas ou levemente rosadas e em formato de sino. É interessante notar, que os melhores polinizadores para essa espécie são as abelhas solitárias e mamangavas, enquanto abelhas comuns e carpinteiras tendem a ser prejudiciais, roubando néctar ou cortando a flores, sem polinizá-las.

Os frutos formados são do tipo baga e a maturação ocorre entre a primavera e verão. Eles são globosos, com cerca de 5mm de diâmetro, de cor azul-escuro a preto quando maduros e recobertos por uma fina camada de cera. São doces e deliciosos e podem ser consumidos in natura, ou na forma de molhos, geléias, licores e xaropes, além de serem muito usados em pães, muffins, panquecas e tortas, assim como vemos nos filmes norte-americanos. As principais cultivares dessa espécie em plantações comerciais e experimentais no Brasil são a ‘Bluegem’, ‘Briteblue’ e ‘Woodard’.

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Um arbusto frutífero perfeito para os jardins funcionais! Ao mesmo tempo em que traz a graciosidade das flores e os frutos delicados, também adiciona uma sazonalidade marcante ao jardim. Isso ocorre devido à mudança na folhagem ao longo ano. Na primavera e verão teremos um arbusto enfolhado e verdinho, enquanto no outono ele se vestirá de laranja e vermelho para logo em seguida perder as folhas no inverno. Use-o isolado, em grupos, renques (como cerca viva) ou em conjunto com outras plantas, em áreas ensolaradas ou que recebem sol direto por pelo menos 4 horas ao dia.

O mirtilo-olho-de-coelho não gosta de ser mudado de lugar, assim, se for cultivar em vasos, escolha bem o local e evite girar ou mover a planta. No geral é uma espécie de fácil cultivo e rápido crescimento. Para um aspecto mais adensado, ele pode receber podas anuais de formação. No entanto, caso seu objetivo seja a frutificação, prefira um formato mais natural efetuando podas de limpeza, arejamento e renovação. No Brasil, o cultivo de mirtilos-olho-de-coelho ainda é pouco comum, além disso, ele necessita de um período de frio para um bom desenvolvimento e frutificação, sendo, portanto, mais encontrado na região Sul do país.

Foto de Sabrina Setaro

Deve ser cultivado sob sol pleno ou meia-sombra, em solos ácidos (com pH em torno de 4.5 a 5.5), livres de calcário, drenáveis e ricos em matéria orgânica. Regue regularmente as plantas envasadas ou no primeiro ano após o plantio e sempre que o solo estiver superficialmente seco, evitando encharcamento. Depois de bem estabelecidas, o ideal é que as regas sejam suplementares de forma a contornar períodos de estiagem. Utilize mulching para manter as raízes sempre úmidas, como casca pinus, palha ou folhas secas. É resistente a geadas e baixas temperaturas quando mantido com cobertura morta, suportando até -12ºC.

A fertilização deve ser feita na primavera e verão, com adubos orgânicos e minerais próprios para árvores frutíferas. Apesar de hermafrodita, o mirtilo-olho-de-coelho necessita de polinização cruzada para uma boa frutificação, portanto utilize pelo menos duas plantas de cultivares diferentes no seu jardim ou pomar. Multiplica-se por sementes postas a germinar no final do inverno, estaquia de ramos semilenhosos no verão e alporquia no final do verão e início do outono. Os pomares comerciais podem ser formados por mudas advindas de micropropagação. A frutificação se inicia em 1 a 2 anos após o plantio.

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Sobre Raquel Patro

Raquel Patro é paisagista e fundadora do site Jardineiro.net. Desde 2006, ela desenvolve conteúdos especializados em plantas e jardins, pois acredita que todas as pessoas, sejam amadores ou profissionais, devem ter acesso a conteúdos de qualidade. Nerd de carteirinha, ela gosta de livros, ficção científica e tecnologia.