A maranta-cascavel (Goeppertia insignis) é uma espécie herbácea, perene, com folhagem ornamental bem característica, de forma que os tons de verde nas folhas parecem terem sido pintados à mão. É uma espécie nativa da Mata Atlântica no Rio de Janeiro, por isso aprecia um clima quente e úmido. Embora seja nativa do Brasil, a maranta-cascavel ganhou popularidade mundial como planta ornamental, devido à sua beleza e singularidade.
Ela cresce em touceiras, com folhas compridas, levemente onduladas nas margens, coriáceas e eretas, em forma de espada, recordando o formato dos guizos da cobra cascavel. A cor das folhas é verde claro mesclado com verde escuro, enquanto a página inferior apresenta coloração púrpura, tornando a folhagem brilhante dessa espécie uma verdadeira estampa natural.
Assim como outras plantas da família Marantaceae, a maranta-cascavel apresenta o comportamento de nictinastia, caracterizado pelo movimento diurno de suas folhas. Durante o dia, as folhas se estendem para maximizar a captação de luz solar para a fotossíntese. À noite, em um espetáculo de movimento e beleza, as folhas se levantam e fecham. Esse comportamento é uma adaptação evolutiva que reduz a perda de água durante a noite e pode também proteger as folhas de predadores noturnos e do frio.
Esse movimento das marantas nos recorda o gesto de juntar as mãos durante uma oração ou meditação, por esse motivo essas plantas recebem também o nome de plantas-rezadeiras. A nictinastia é resultado da variação nos níveis de água nas células da base da folha, controlada por um ritmo circadiano. As flores dessa planta surgem no verão, têm cor branca ou amarela, em formato tubular e pouco valor ornamental, se comparadas à folhagem. Além disso, elas raramente surgem quando a planta é cultivada em interiores.
A maranta-cascavel, com suas folhas distintamente pintadas, é uma escolha excepcional para embelezar tanto espaços internos quanto jardins. No paisagismo, ela pode ser habilmente empregada em maciços, bordaduras ou como forração, criando um efeito visual hipnótico com suas folhas que mudam de posição ao longo do dia. Esta planta se destaca especialmente em jardins de estilo tropical, onde sua folhagem exuberante complementa a luxuriante vegetação, mas também se adapta bem a jardins contemporâneos, adicionando um toque de elegância e cor. A maranta-cascavel é particularmente eficaz em áreas de meia sombra, onde suas cores vibrantes são realçadas, contrastando harmoniosamente com folhagens mais claras ou de cores sólidas de outras plantas.
Em ambientes internos, a maranta-cascavel se transforma em uma peça de decoração viva, ideal para salas de estar, escritórios ou qualquer espaço que se beneficie de um toque natural. Suas grandes folhas coloridas trazem vida e cor, tornando-a um ponto focal quando em vasos ou jardineiras. A planta pode ser colocada em locais onde a arte convencional não sobreviveria, devido à alta umidade, como banheiros com luz natural, o que torna esses locais ideais para as suas necessidades. Ao agrupar marantas-cascavel com outras plantas que preferem condições semelhantes, como samambaias e begônias, cria-se um microclima úmido que beneficia todas as plantas envolvidas, além de proporcionar uma estética de “jardim interno” muito desejada.
Prefere ser cultivada sob abundante luz difusa ou meia sombra, apreciando solos úmidos, férteis, ricos em matéria orgânica e drenáveis. É uma planta muito resistente, mas que exige alguns cuidados básicos como resguardá-la do sol forte, para evitar queimaduras nas folhas e manter a umidade do substrato. Em ambientes internos é interessante manter também uma alta umidade relativa do ar, que favorece folhas bonitas. Você pode fazer isso com um pulverizador ou utilizando um nebulizador elétrico. Evite também ambientes com ar condicionado.
Não tolera temperaturas abaixo de 15ºC, correndo o sério risco de queimar e morrer, da mesma forma é importante realizar regas mais espaçadas no inverno uma vez que seu metabolismo é reduzido durante o período frio. Em locais de clima subtropical a temperado, o mais indicado é mover a planta para ambientes internos, como a residência ou uma estufa úmida, onde é mais quente. Já durante as estações mais quentes, as regas devem ser periódicas, podendo acompanhar uma pequena quantidade de fertilizante para fortalecer a planta. Sua manutenção envolve o replantio e a poda, após o período do inverno, para renovar a folhagem, o sistema radicular e promover o desenvolvimento pleno da planta.
Como outras marantas, a maranta-cascavel prefere ser irrigada com água livre de cloro, flúor ou outros sais. Prefira utilizar fertilizantes orgânicos ou de liberação lenta ao invés dos adubos solúveis comuns, por essa mesma razão. Multiplique a maranta-cascavel por meio de divisão das touceiras no final da primavera. Proceda, retirando cuidadosamente a planta do vaso e separando suavemente as raízes, assegurando-se de que cada nova seção tenha um bom sistema radicular e várias folhas. Em seguida, replante cada divisão em seu próprio vaso com substrato fresco, rico em matéria orgânica e bem drenável, mantendo a umidade adequada para estimular o novo crescimento.