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Louro

Laurus nobilis

Raquel Patro

Atualizado em

Louro-verdadeiro - laurus nobilis

O Louro (Laurus nobilis) é um arbusto ou árvore de folhas aromáticas, nativa da região mediterrânea, e amplamente reconhecida por suas aplicações culinárias, tornando-o uma escolha popular em jardins, hortas e pomares em todo mundo. Com sua folhagem perene, o louro é valorizado não somente na gastronomia, mas no paisagismo, por suas folhas aromáticas e elegantes, que adicionam uma textura verde-escura brilhante ao ambiente. Ele é frequentemente utilizado em topiaria e como cerca viva devido à sua capacidade de tolerar poda intensa, adaptando-se bem a diferentes estilos de jardim. Sua popularidade estende-se desde regiões com clima mediterrâneo até áreas mais temperadas, onde é cultivado tanto em diversos tipos de jardins, de públicos a institucionais e residenciais.

A etimologia de Laurus nobilis reflete a reverência histórica que esta planta tem recebido ao longo dos séculos. O termo ‘Laurus‘ é derivado do latim, significando ‘louro’, uma referência direta às folhas que são utilizadas tradicionalmente como símbolo de honra e vitória, e de onde vem a palavra “laureado”. O adjetivo ‘nobilis‘, também do latim, significa ‘notável’ ou ‘nobre’, aludindo tanto à sua estatura proeminente na natureza quanto ao seu status simbólico em nossa cultura.

O louro, também chamado de loureiro ou louro-verdadeiro, é nativo da região Mediterrânea, abrangendo partes do sul da Europa e do norte da África. Laurus nobilis é uma das poucas espécies que restaram das antigas florestas de louro que cobriam amplamente a Bacia do Mediterrâneo em períodos mais úmidos do passado. Com a intensificação do clima seco durante o Plioceno, essas florestas foram substituídas por vegetações mais tolerantes à seca, como o matagal esclerófilo, que inclui o Alecrim e a Oliveira.

Louro verdadeiro ou loureiro - Laurus nobilis

Ainda existem pequenas populações remanescente em áreas montanhosas do sul da Turquia, norte da Síria, sul da Espanha, norte de Marrocos, centro-norte de Portugal, além das Ilhas Canárias e Madeira. A espécie cresce bem em solos bem drenados e ensolarados, crescendo em florestas e margens de bosques, e adaptou-se com sucesso a outras regiões com clima semelhante.

O Louro cresce como uma planta perene lenhosa, com porte arbustivo a arbóreo, que geralmente alcança uma altura de 6 a 18 metros, com uma copa que pode se estender até 10 metros de largura e uma diâmetro de tronco de até 1 metro. As raízes são fibrosas e bem desenvolvidas, adequadas para sustentar o porte da árvore. O tronco é ereto com uma casca cinza e textura lisa, que pode tornar-se fissurada com a idade. A árvore apresenta um crescimento moderado e ramifica-se desde a base, formando uma copa densa e arredondada.

As folhas do Louro são persistentes, alternas e apresentam um formato lanceolado a oblongo-lanceolado, medindo de 6 a 12 cm de comprimento por 2 a 4 cm de largura. O pecíolo é curto, o que faz com que as folhas pareçam quase sésseis. A coloração das folhas é inicialmente avermelhada, e se desenvolve num verde escuro brilhante na face superior e mais pálido no verso, com uma textura coriácea e lisa sem pubescência. A margem das folhas é inteira e pode ser levemente ondulada.

As flores do loureiro.
As flores do loureiro.

O Laurus nobilis é uma planta dióica, possuindo flores masculinas e femininas em indivíduos separados. A floração ocorre tipicamente na primavera. As inflorescências são formadas por umbelas sésseis localizadas nas axilas das folhas, compostas por flores amarelo-esverdeadas pequenas e discretas. As flores têm simetria radial e não possuem fragrância notável. A polinização é realizada principalmente por insetos. Os frutos são bagas, semelhantes a drupas, ovóides de cor preta quando maduras, medindo cerca de 1 cm de comprimento, sendo considerados mais ornamentais do que comestíveis. Cada fruto contém uma única semente grande, lisa e oblonga, dispersa principalmente por aves.

Entre as muitas variedades de Laurus nobilis, conhecido popularmente como Louro, existem algumas que se destacam por suas características únicas. A seguir, são apresentados tipos de Louro que são populares em jardins e cozinhas ao redor do mundo:

  • Laurus nobilis ‘Aurea’: Esta variedade é notável por suas folhas douradas, que adicionam um toque de cor contrastante em jardins predominantemente verdes.
  • Laurus nobilis f. angustifolia: Conhecido como Louro de folhas estreitas, esta forma tem folhas mais finas e longas, ideal para uso ornamental e topiário.
  • Laurus nobilis ‘Crispa’: Com suas folhas onduladas, esta cultivar adiciona uma textura interessante ao paisagismo.
  • Laurus nobilis ‘Saratoga’: Esta cultivar tem um crescimento mais compacto e é excelente para pequenos espaços ou cultivo em vasos, além de ser mais resistentes a pragas.
Os frutos do loureiro.
Os frutos do louro-verdadeiro.

O Louro é uma planta rica em história e simbolismo. Na Grécia Antiga, era considerado sagrado para o deus Apolo e usado para fazer coroas de louros, um símbolo de vitória e honra a ser oferecida apenas aos vencedores. Durante o Império Romano, o louro continuou a ser associado ao prestígio, sendo utilizado para coroar generais vitoriosos e imperadores. Esse simbolismo perdurou ao longo dos séculos e influenciou expressões como “colher os louros”, que remete ao reconhecimento por feitos notáveis.

Na culinária, o louro confere sabor e complexidade a caldos, ensopados, carnes, molhos, drinks e marinadas. As folhas são geralmente utilizadas inteiras e retiradas antes de servir, pois seu sabor é intenso e as folhas fibrosas não são muito agradáveis de se ingerir. Além disso, o louro é ingrediente essencial em diversas tradições gastronômicas, como a mediterrânea, francesa, portuguesa e brasileira, sendo valorizado tanto por seu aroma quanto por suas propriedades digestivas. Uma verdadeira feijoada brasileira ou um barreado paranaense tem no louro um dos seus ingredientes mais importantes.

Suas folhas, utilizadas inteiras ou em pó, liberam um aroma complexo, levemente amadeirado, com notas resinosas e um sabor sutilmente amargo que realça o perfil de carnes, legumes e grãos. Seus ramos secos são empregados em defumações artesanais, conferindo aos alimentos um perfume herbáceo e profundo, muito apreciado em queijos, embutidos e carnes curadas. Além de seus usos como tempero, o Louro é usado também para tratar problemas digestivos e inflamações. Seu óleo essencial também é aplicado em produtos cosméticos e terapêuticos.

No jardim o loureiro revela-se muito versátil.
No jardim o loureiro revela-se muito versátil.

O Louro é frequentemente utilizado em projetos de paisagismo tanto por sua beleza quanto por sua utilidade. Como uma planta perene com folhagem densa e verde-escura, serve como excelente pano de fundo para flores mais coloridas ou pode ser usado como uma sebe formal ou informal. Em quintais domésticos, o Louro pode ser plantado individualmente como uma peça central ou agrupado para formar barreiras naturais ou bordas decorativas. Seu único porém é que cresce lentamente, o que pode se converter em vantagem ao longo do tempo, pois exigirá menos manutenção quando estiver bem formado.

Além das aplicações ornamentais e como tempero, o Louro também atrai vida selvagem, especialmente aves que se alimentam de seus frutos. A planta pode ser combinada com outras espécies mediterrânicas como lavanda e alecrim para criar um jardim resistente à seca com variedade de texturas e aromas. Por ser resistente a muitas pragas e doenças, o Louro é uma escolha robusta para muitos jardineiros que buscam beleza e resistência com baixa manutenção.

O louro também é uma escolha elegante para a decoração de interiores, oferecendo folhagem perene e aromática que adiciona sofisticação aos ambientes. Cultivado em vasos, adapta-se bem a espaços internos, desde que posicionado em locais com boa luminosidade e ventilação, sendo ideal para cozinhas, salas de estar, varandas e áreas próximas a janelas. Em climas mais frios, é aconselhável proteger o louro de correntes de ar frio e garantir que receba luz solar indireta durante o inverno.

É uma planta perfeita para cercas vivas e quem sabe até labirintos verdes.
É uma planta perfeita para cercas vivas e quem sabe até labirintos verdes.

O Louro prefere locais com exposição ao pleno sol ou meia-sombra, adaptando-se bem a uma ampla gama de climas temperados a subtropicais e mediterrâneos. A planta é capaz de tolerar temperaturas que variam de -5°C a 30°C, mas é sensível a geadas severas e frio extremo. Sob clima temperado, convém cultivá-lo em vasos e protegê-lo em ambientes internos durante o inverno. Apesar de ser originário do mediterrâneo, ele não pode ser considerado uma esclerófila típica. Os ventos fortes e as condições marítimas podem causar danos às folhas, portanto, locais abrigados são recomendados para seu cultivo.

O solo ideal para o cultivo do Louro deve ser bem drenado, fértil e com pH neutro a ligeiramente ácido. Em vasos, o substrato deve ser leve e garantir boa drenagem. As regas devem ser moderadas, permitindo que o solo seque parcialmente entre uma rega e outra. A planta tem boa tolerância à seca uma vez estabelecida, mas não tolera encharcamento, que pode levar ao apodrecimento das raízes.

Para um cultivo saudável do Louro, plante as mudas em um local definitivo calculando espaço suficiente para o desenvolvimento da copa. Adube anualmente com compostos orgânicos ou fertilizantes balanceados no início da primavera, como NPK 10-10-10. A poda pode ser realizada para manter a forma desejada e remover galhos secos ou doentes. Aplicar mulching ajuda a manter a umidade do solo e suprimir ervas daninhas.

O louro também pode ser cultivado em vasos e em ambiente internos.
O louro também pode ser cultivado em vasos e em ambiente internos.

Quando cultivado em vasos, convém replantá-los a cada dois anos. O replantio é ocasião ideal para uma poda das raízes que tenham crescido demais e renovação do substrato, que torna-se compactado e empobrecido com o tempo. Utilize sempre substrato drenável, que não necessita ser tão rico em matéria orgânica, podendo ser um pouco mais pobre do que o utilizado para outras plantas.

As folhas de louro devem ser colhidas preferencialmente de plantas adultas, retirando-se as folhas mais velhas e maduras, que concentram maior teor de óleos essenciais ou por ocasião da poda regular. Após a colheita, é recomendável secá-las à sombra em local ventilado por alguns dias, o que intensifica seu aroma e preserva suas propriedades culinárias.

O Louro é relativamente resistente a pragas e doenças, mas pode ser afetado por cochonilhas e algumas doenças fúngicas, como a mancha foliar. As cochonilhas representam seu principal inimigo, estando presentes em até 90% das plantas cultivadas. A secreção açucarada que produzem favorece o crescimento do fungo fumagina, que compromete a aparência e fotossíntese da planta ao recobrir folhas e ramos com uma película escura.

É uma opção interessante para a topiaria.
É uma opção interessante para a topiaria.

Outro problema recorrente é a infestação por psilídeos, como Trioza alacris, cujas picadas deformam as folhas, deixando-as encarquilhadas e com sintomas visíveis mesmo quando o inseto não é facilmente observável. Pulgões também podem surgir, sobretudo em períodos de crescimento ativo, sendo importante realizar inspeções frequentes para manejo precoce. Para prevenir problemas, mantenha as plantas arejadas e evite molhar as folhas durante as regas. Inspeções regulares ajudam na detecção precoce de problemas, permitindo tratamentos mais eficazes e menos agressivos.

A propagação do louro pode ocorrer tanto por semeadura como por alporquia. Para obter sementes viáveis, é necessário coletá-las de populações onde haja indivíduos de ambos os sexos, já que Laurus nobilis é uma espécie dioica. A germinação é favorecida por escarificação mecânica seguida de estratificação úmida e fria por cerca de 30 dias, processo necessário para superar a dormência fisiológica.

A multiplicação vegetativa por alporquia é uma alternativa eficiente, especialmente em plantas adultas bem estabelecidas e em cultivares que desejamos propagar e manter as características originais. A alporquia consiste na remoção de um anel da casca de um ramo semi-lenhoso, que deve ser envolvido com substrato úmido e protegido com plástico até o enraizamento. Após a formação de raízes, o ramo é destacado da planta-mãe e transplantado, gerando um novo exemplar geneticamente idêntico e já adaptado às condições locais. A planta pode levar vários anos para florescer pela primeira vez, geralmente não antes de alcançar 5 a 10 anos de idade em condições ideais de cultivo.

Folhas do louro prontas para serem usadas na culinária.
Folhas do louro prontas para serem usadas na culinária.

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Sobre Raquel Patro

Raquel Patro é paisagista e fundadora do site Jardineiro.net. Desde 2006, ela desenvolve conteúdos especializados em plantas e jardins, pois acredita que todas as pessoas, sejam amadores ou profissionais, devem ter acesso a conteúdos de qualidade. Nerd de carteirinha, ela gosta de livros, ficção científica e tecnologia.