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Colar-de-bananinhas

Curio radicans

Raquel Patro

Atualizado em

Colar-de-bananinhas em uma cesta pendentes
Os longos ramos flexíveis de Curio radicans.
Os longos ramos felxíveis de Curio radicans. Foto de Kenpei

O Colar-de-bananinhas, da espécie Curio radicans, anteriormente denominada Senecio radicans, é uma fascinante suculenta rasteira e pendente nativa do sul da África, especificamente de localidades como África do Sul, Namíbia e Lesoto. Seu habitat é marcado por condições áridas e semiáridas, onde a vegetação predominante inclui pequenos arbustos xerófitos, esparsas gramíneas e outras suculentas, adaptadas para sobreviver em ambientes de baixa umidade. O colar-de-bananinhas é comumente encontrado em altitudes que variam de 20 a 1900 metros acima do nível do mar, frequentemente sob a proteção de rochas ou entre outras vegetações que oferecem alguma sombra e proteção contra o sol direto.

A etimologia de Curio radicans reflete suas capacidade de enraizar ao longo de seus caules. O gênero “Curio” deriva do latim “curiosus”, aludindo aos formatos intrigantes das plantas deste grupo. Já o epíteto específico “radicans“, vem do latim radicāns, e significa “enraizando”, uma referência direta à sua habilidade de formar raízes ao longo dos caules que tocam o solo, facilitando sua propagação e fixação em habitats naturais.

O colar-de-bananinhas apresenta um hábito de crescimento prostrado, com caules que podem tanto rastejar sobre o solo quanto pendurar graciosamente de vasos suspensos. Os caules são finos, flexíveis e verdes, capazes de enraizar ao longo de seu comprimento, o que facilita a propagação e o estabelecimento da planta em novas áreas. As folhas são a característica mais distintiva do Curio radicans, assemelhando-se a pequenas bananinhas verdes.

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Elas são suculentas, carnudas, brilhantes e alongadas, curvando-se graciosamente e terminando em uma ponta pontiaguda, reminiscente de um gancho. Cada folha mede aproximadamente 2 a 3 cm de comprimento e apresenta linhas translúcidas ao longo do comprimento, o que contribui para a sua aparência única. Essas linhas funcionam como “janelas”, permitindo que a luz acesse o interior da folha e otimiza sua fotossíntese, reduzindo assim a perda de água. Quando expostas a luz solar direta, as folhas podem adquirir tonalidades avermelhadas, uma proteção contra o excesso de luminosidade.

A inflorescência de Curio radicans.
A inflorescência de Curio radicans. Foto de Gigilaidler

Durante o final do inverno e início da primavera, o Curio radicans produz flores pequenas, brancas ou levemente beges, com um aroma doce que lembra canela. As flores são bissexuais e compostas por pequenos floretes agrupados em inflorescências que parecem tufos, cercadas por brácteas verdes com margens de cor marrom. A floração atrai uma variedade de insetos, incluindo formigas, que ajudam na polinização. Após a fecundação, desenvolvem-se frutos do tipo aquênio paramentados com um tufo de pelos brancos e longos, que funcionam como uma espécie de paraquedas, facilitando sua dispersão pelo vento.

Na decoração e no paisagismo a colar-de-bananinhas captura a imaginação e enriquece qualquer espaço com seu charme único e aparência deslumbrante. Ela exibe uma profusão de folhas suculentas, brilhantes e em forma de banana, que pendem lânguidas em longos cordões. Esses cordões parecem dançar suavemente ao sabor do vento, criando uma atmosfera encantadora. Sua floração acrescenta uma dimensão adicional de delicadeza, mesmo que não seja seu principal atrativo, com o suave aroma de canela que exala.

Em jardins, o colar-de-bananinhas é perfeita para adicionar textura e movimento a canteiros de flores, combinações com outras suculentas e em áreas rochosas. Ela pode ser utilizada como forração de solo, em áreas semi sombreadas e livres de pisoteio, criando contraste com pedras, troncos e outros elementos naturais. Não espere uma densa e fechada tapeçaria, mas uma textura única e interessante. Em vasos e cestas suspensas, o colar de bananinhas transforma qualquer espaço num cenário lúdico, com suas cascatas de folhas que pendem pela borda do vaso.

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Seu cultivo em cestas, vasos, jardineiras e jardins verticais onde lhe seja permitido pender, é especialmente atraente em varandas, pátios ou qualquer espaço interior onde houver luz abundante. Em bacias e mini jardins, a combinação de Curio radicans com outras suculentas cria composições visuais deslumbrantes, onde texturas, cores e formas se complementam.

O colar-de-bananinhas como forração.
O colar-de-bananinhas como forração. Foto de Abu Shawka

O cultivo em vasos oferece também a oportunidade de modelar o crescimento da planta, enrolando delicadamente seus caules ao redor do substrato para estimular um desenvolvimento mais denso e entouceirado, preparando a planta para a cascata pendente e vigorosa que virá. Este método não apenas deixa seu aspecto mais cheio e bonito, mas também facilita a propagação, permitindo que novas plantas sejam cultivadas a partir de segmentos do caule.

Apesar de seu apelo curioso e beleza, é importante destacar a toxicidade do colar-de-bananinhas. Ela contém alcaloides e outras substâncias que podem ser tóxicas se ingeridas por pessoas ou animais domésticos. Os sintomas de intoxicação podem variar de leves a graves, incluindo vômitos, diarreia e, em casos extremos, problemas hepáticos. Por essa razão, é aconselhável cultivar o Curio radicans em locais fora do alcance de crianças pequenas e animais de estimação, garantindo assim a segurança de todos.

A planta se desenvolve melhor sob luz solar indireta brilhante por várias horas ao dia. Embora tolere alguma exposição direta ao sol, especialmente durante as horas da manhã ou no final da tarde, é crucial evitar o sol intenso do meio-dia, que pode queimar suas folhas. Leve em consideração que o sol pleno só é permitido em regiões com clima subtropical, onde o calor não é tão intenso. Nesses locais, você poderá até mesmo observar tons avermelhados em suas folhas.

No trópicos e na linha do equador, o calor intenso das horas mais quentes do dia pode cozinhar o colar-de-bananinhas. Em ambientes internos, uma janela voltada para leste ou oeste pode fornecer a quantidade ideal de luz. Se notar sinais de estiolamento, como um espaçamento aumentado entre as folhas e folhas consideravelmente menores, considere aumentar a exposição à luz.

Um substrato bem drenável é vital para prevenir o apodrecimento das raízes do Curio radicans. Uma mistura ideal pode ser alcançada combinando terra vegetal com areia grossa ou perlita, numa proporção de 1:1. Essa composição assegura que o solo seja suficientemente aerado e drenável, evitando a retenção excessiva de água. Substratos comerciais formulados especificamente para cactos e suculentas também são adequados e podem facilitar o cultivo para aqueles jardineiros com pouco tempo disponível.

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Estacas enraizadas de Curio radicans.
Estacas enraizadas de Curio radicans. Foto Canva.

Embora resistente à seca, o Curio radicans beneficia-se de regas regulares durante a estação de crescimento, com um intervalo que permite que o solo seque completamente entre as regas. No inverno, a frequência de rega deve ser reduzida significativamente, aproveitando o período de dormência da planta. A chave é evitar o encharcamento do solo, o que pode levar ao apodrecimento das raízes e outras doenças fúngicas. Utilizar um vaso com furos de drenagem e verificar a umidade do solo antes de regar pode ajudar a manter o equilíbrio hídrico ideal. Evite também o uso de um pratinho sob o vaso, que pode acumular água e ser fatal para o sistema radicular da planta.

O colar-de-bananinhas prefere temperaturas amenas a quentes, típicas de ambientes internos confortáveis para pessoas, variando entre 18°C e 24°C. A planta é sensível ao frio e não deve ser exposta a temperaturas abaixo de 0°C, o que torna necessário protegê-la ou trazê-la para dentro durante o inverno em regiões com geadas. A umidade do ar não é um fator crítico para o cultivo do Curio radicans, pois a planta se adapta bem às condições de umidade típicas de ambientes domésticos.

Uma fertilização leve, realizada uma vez ao ano durante a estação de crescimento, pode fornecer nutrientes adicionais e promover um crescimento mais vigoroso. Um fertilizante balanceado, diluído a metade da concentração recomendada na embalagem, é adequado para o Curio radicans. Fertilizantes específicos para cactos e suculentas, com menor teor de nitrogênio e maior concentração de potássio e fósforo, são ideais, pois promovem o fortalecimento das raízes e folhas sem estimular um crescimento foliar excessivo e frágil. Outra opção interessante é a utilização de fertilizantes de liberação lenta, como Osmocote.

Multiplicar o colar-de-bananinhas é fácil e pode ser feita tanto por sementes quanto por divisão, mergulhia ou estaquia. A propagação por estaquia é rápida e eficiente, bastando cortar um segmento de caule e colocá-lo diretamente no solo ou em água para enraizar. Para um enraizamento mais bem-sucedido, recomenda-se realizar a estaquia na primavera ou no verão, quando as condições de luz e temperatura são mais propícias ao desenvolvimento das raízes. Na mergulhia, basta que se deite os ramos sobre substrato fresco e úmido, sem que estes ramos sejam separados da planta mãe. Pequenos clipes feitos com arames ajudam a manter os ramos imóveis sobre o substrato para facilitar o enraizamento. Assim que enraizarem, podem então ser separados.

Quando propagado por sementes, o Curio radicans requer um substrato arenoso e bem drenado, mantido constantemente úmido, mas não encharcado, em um ambiente quente. A germinação das sementes pode ser irregular e bem mais demorada em comparação com a propagação por estaquia, mas é muito satisfatória.

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Sobre Raquel Patro

Raquel Patro é paisagista e fundadora do site Jardineiro.net. Desde 2006, ela desenvolve conteúdos especializados em plantas e jardins, pois acredita que todas as pessoas, sejam amadores ou profissionais, devem ter acesso a conteúdos de qualidade. Nerd de carteirinha, ela gosta de livros, ficção científica e tecnologia.