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Cacto-correia

Lepismium cruciforme

Raquel Patro

Atualizado em

Lepismium cruciforme - cacto-correia

O cacto-correia, conhecido cientificamente como Lepismium cruciforme, é um cacto epífito que captura a atenção por seus ramos pendentes e delicadas flores. O Lepismium cruciforme é nativo da América do Sul, com uma distribuição que abrange o Brasil, Paraguai e Argentina. Esta espécie encontra-se predominantemente em florestas tropicais e subtropicais, como a Mata Atlântica e floresta semidecídua, se adaptando a uma ampla variedade de condições ambientais, desde o nível do mar até altitudes de 1.200 metros​​.

O nome do gênero “Lepismium” vem do grego lepis, e significa escama, em referência as pequenas escamas que estão presentes nas aréolas deste cactos. Já o epiteto específico “cruciforme“, vem do latim, e significa “em forma de cruz”, uma referência à superfície de corte transversal das hastes anguladas deste cacto.

O cacto-correia exibe uma notável capacidade de crescimento tanto como epífita (crescendo sobre forquilhas e troncos de árvores) quanto como litófita (crescendo em fendas de rochas, onde se acumulam detritos e folhas secas), adaptando-se a viver em ambientes úmidos com considerável variação de iluminação, dada a sua prevalência sob a densa cobertura de árvores em florestas.

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Esta espécie apresenta ramos segmentados (artículos) suculentos, com cerca de 3 a 5 costelas, com dimensões que chegam até 2 metros de comprimento por 1 a 7 cm de largura. A margem dos ramos é crenada, e as costelas podem ser aladas ou achatadas​​. Nessas margens se encontram-se as aréolas, afundadas, com um tufo de finos tricomas (pêlos) brancos em cada uma. Não apresenta espinhos. O cacto-correia cresce tanto como planta pendente como trepadeira ou reptante, emitindo raízes adventícias das aréolas que auxiliam sua fixação a diferentes substratos.

Lepismium cruciforme
Os ramos evidenciando as costelas, a cor magenta e os tufos de tricomas nas aréolas. Foto de Hugo Hulsberg

A coloração dos ramos varia do verde oliva, sob o dossel da floresta, ao magenta intenso, quando expostos ao sol pleno. Além da forma típica, ocorre ainda uma forma conhecida como Rabo-de-porco, o Lepismium cruciforme f. spiralis, que se caracteriza por seus caules espiralados, proporcionando um visual ainda mais dramático e escultural à essa espécie fascinante.

O cacto-correia floresce de setembro a junho, com flores que desabrocham à noite e permanecem abertas durante o dia, uma estratégia que facilita a polinização por diferentes tipos de polinizadores por quase o ano inteiro. As flores do Lepismium cruciforme surgem lateralmente, sendo campanuladas e variando de cor entre o rosa e branco. As flores surgem em número de 1 a 5 flores por aréola, com tamanho de 10 a 13 mm de comprimento.

O fruto desta planta é subgloboso, medindo aproximadamente 6 mm de diâmetro, e varia de cor rosa a vermelho, com polpa gelatinosa, enquanto as sementes minúsculas apresentam uma coloração castanha e medem de 1 a 1,5 mm de comprimento, completando o ciclo de vida desta fascinante espécie​​. Apesar de pequenos, esses frutos são comestíveis e adocicados, o que lhe valeu o nome de mini-pitaya. Eles são bastante atrativos para os passarinhos, que se encarregam de sua dispersão.

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No paisagismo, apesar de pouco utilizado, o cacto-correia tem grande potencial como ornamental, com longos caules que podem variar do verde ao magenta, dependendo da exposição solar. Seus ramos pendentes se derramam lânguidos dos vasos, o que o torna ideal para ser cultivado em cestas suspensas, onde sua forma graciosa pode ser apreciada em varandas, pátios, alpendres, interiores bem iluminados ou pendurado em pérgolas e caramanchões.

À esquerda, o cacto-correia pendendo de uma árvore, à direita, de uma charmosa sacada
À esquerda, o cacto-correia pendendo de uma árvore (Foto de Diego Monsores), à direita, de uma charmosa sacada (Foto de George E. Koronaios).

Além disso, é uma excelente escolha para jardins de rocha ou para adicionar textura e cor a arranjos de suculentas em vasos, assim como em jardins verticais. Apesar de não ser comum encontrar esse cacto comercialmente, o cacto-correia faz grande sucesso entre colecionadores de suculentas e urban junglers, que apreciam seu aspecto escultural e cultivam orgulhosos vasos cheios da planta.

O cacto correia é relativamente fácil de cultivar, desde que algumas condições essenciais sejam atendidas para simular seu ambiente natural. Prefere a sombra parcial ou luz solar filtrada, evitando a exposição direta ao sol do meio-dia. Uma localização ideal seria receber sol da manhã e sombra à tarde. No entanto, para obter a característica cor magenta nos ramos, é importante que a planta receba sol pleno. Leve em consideração que a planta que cresce assim estressada, tem um desenvolvimento um pouco mais lento do que àquelas que crescem sob luz filtrada.

Este cacto é capaz de tolerar uma ampla gama de temperaturas, mas desenvolve-se melhor em ambientes que oferecem um clima ameno a quente durante o dia e mais fresco à noite. Idealmente, as temperaturas diurnas devem situar-se entre 18°C a 24°C, enquanto as noturnas podem descer ligeiramente, promovendo assim um ciclo natural que beneficia o desenvolvimento da planta.

Embora possa suportar brevemente geadas e temperaturas de até cerca de -3°C, exposições prolongadas a frio intenso podem danificar a planta. Mas é justamente no friozinho do inverno subtropical e tropical que ele vai adquirir os tons magenta característicos. Para jardineiros em regiões com clima temperado, com invernos congelantes, recomenda-se cultivar o cacto-correia em vasos que possam ser movidos para ambientes protegidos ou interiores durante os meses mais frios. Isso permite que a planta seja mantida em condições ideais de temperatura, evitando o risco de danos por frio.

O substrato ideal deve ser bem drenante, com características intermediárias entre os substratos para cactos e suculentas, e os substratos para plantas epífitas, como orquídeas e samambaias. Isso significa que ele deve ser rico em matéria orgânica, mas ao mesmo tempo, perfeitamente drenável. Além de obter um substrato ideal misturando esses dois tipos de substratos comprados prontos, você pode preparar um substrato caseiro incluindo partes iguais de terra vegetal, areia, perlita e composto orgânico, com a adição de casca de pinus compostada ou casca de côco para aumentar a drenagem e a aeração.

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A rega deve ser moderada, permitindo que o substrato seque completamente entre as regas, para evitar o apodrecimento das raízes. Reduza as regas durante o inverno. No entanto, como planta epifítica, o cacto-correia aprecia umidade ambiente, o que pode ser fornecido através de pulverizações regulares ou equipamentos nebulizadores, especialmente em ambientes internos onde o ar tende a ser mais seco. Alternativamente é possível cultivá-lo próximo a plantas que transpiram bastante, como samambaias e avencas.

Detalhe das flores e caimento dos ramos do cacto-correia.
Detalhe das flores (Foto de Raúl Herrera) e caimento dos ramos do cacto-correia (Foto de Stefano).

A fertilização pode ser feita com um fertilizante líquido diluído, aplicado a cada quatro a seis semanas durante a estação de crescimento, para promover o desenvolvimento saudável da planta e uma floração abundante. Outra opção é a utilização de fertilizantes próprios para cactos e suculentas, ou adubos de liberação lenta, como os do tipo cote (basacote ou osmocote).

A propagação do Lepismium cruciforme pode ser realizada por sementes ou estacas. A propagação por sementes inicia-se com a coleta dos frutos maduros, que apresentam uma cor rosa a vermelho brilhante. As sementes devem ser cuidadosamente extraídas do fruto e lavadas para remover a polpa grudenta, um mecanismo natural da planta para aderir as sementes às superfícies onde serão germinadas.

Após a limpeza, as sementes devem ser secas à sombra e semeadas superficialmente em um substrato mantido úmido, geralmente composto por uma mistura de terra vegetal, areia e material orgânico, ou substratos próprios para germinação como Carolina Soil. A germinação ocorre entre 30 a 60 dias, dependendo das condições de temperatura e umidade. Durante este período, é crucial manter o substrato levemente úmido, mas não encharcado, para não comprometer o desenvolvimento das sementes, que é bastante lento.

A propagação por estacas é uma forma mais eficiente e rápida de multiplicar o cacto-correia, embora por esse método obtenhamos um menor número de plantas. Este método consiste em cortar segmentos de ramos maduros, com aproximadamente 8 a 15 cm de comprimento, e deixá-los secar por alguns dias até que o corte forme uma calosidade. Após a cicatrização, as estacas devem ser plantadas em um substrato semelhante ao utilizado para a semeadura de sementes, enterrando cerca de 2 a 3 cm da base da estaca.

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É importante manter o substrato levemente úmido, mas não encharcado, para estimular o desenvolvimento das raízes. Em condições ideais, as estacas começarão a enraizar em algumas semanas, e novos crescimentos podem ser observados em poucos meses. A propagação por estacas tem a vantagem de produzir plantas que crescem mais depressa e se tornam adultas mais cedo do que aquelas obtidas a partir de sementes, embora a germinação permita obter um número bem maior de plantas.

Enquanto plantas germinadas de sementes podem levar de 4 a 5 anos para iniciar a frutificação, as obtidas por estacas podem frutificar em apenas 1 a 2 anos, tornando este método particularmente atraente para aqueles que desejam resultados mais rápidos.

À esquerda, detalhe dos frutos, à direita Lepismium cruciforme forma spiralis
À esquerda, detalhe dos frutos (Foto de deboas). À direita, Lepismium cruciforme f. spiralis (Foto de cultivar413).


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Sobre Raquel Patro

Raquel Patro é paisagista e fundadora do site Jardineiro.net. Desde 2006, ela desenvolve conteúdos especializados em plantas e jardins, pois acredita que todas as pessoas, sejam amadores ou profissionais, devem ter acesso a conteúdos de qualidade. Nerd de carteirinha, ela gosta de livros, ficção científica e tecnologia.