
Esses outros itens são elementos naturais além da vegetação, que ajudam a manter ou restaurar a integridade ecológica de um local. Eles podem ser corpos de água, pedras expostas, troncos, piso de terra ou outros itens que fazem parte do paisagismo local e que ajudam a enriquecer o ambiente e desta forma favorecem a recuperação da fauna.
Estabelecer limites restritos à construção reduz o dano e ajuda a preservar a vida selvagem local e corredores de migração. Para projetos de escolas, por exemplo, conectar o edifício escolar à paisagem histórica natural fornece uma grande oportunidade para os alunos de aprendizado fora da sala de aula.

A proteção ou recuperação do habitat natural fornece também áreas abertas permeáveis, o que minimiza o escoamento excessivo de água da chuva para o sistema de esgoto, além de minimizar também o efeito ilha de calor, causado pelas superfícies impermeáveis. A ilha de calor acontece quando existe muita área impermeável exposta ao tempo, que reflete o calor no ambiente, elevando a temperatura em ate 8ºC. Isso acontece principalmente em áreas urbanas centrais de cidades grandes, onde há pouco verde, mas muitas áreas pavimentadas e alta densidade de prédios, carros e pessoas. Como o ambiente externo aquece, o equipamento de ar condicionado precisa trabalhar sobrecarregado para compensar esse calor. Se o edifício tiver uma solução como teto verde, esse efeito fica sensivelmente minimizado, colaborando para a economia de energia e o bem estar dos ocupantes.
Para implantar essas soluções, precisamos preservar e valorizar elementos nativos, como ecossistemas, corpos aquáticos, condições do solo, árvores, entre outras vegetações. Identificar oportunidades de melhoria no local que possam aumentar a área de plantas nativas ou adaptadas e outros itens ecológicos já descritos.
O uso da monocultura não contribui para a recuperação ambiental. A recuperação e manutenção da paisagem podem incluir a remoção de áreas pavimentadas desnecessárias e substituí-las por áreas permeáveis ou naturais, com áreas de plantas rasteiras, como gramados e forrações, combinadas com outras plantas para promover a biodiversidade.
Para áreas urbanas, com reduzidas oportunidades de paisagismo, deve-se considerar a instalação de jardins verticais e de telhados verdes, que servem também como praça e local para fumantes.

É responsabilidade do paisagista selecionar as espécies nativas, adaptadas e não invasivas, pesquisar os tipos de insetos e aves nativos e usar plantas que fornecem alimento, proteção e áreas para ninhos. Telhados verdes que não oferecem essas condições não atendem as exigências das certificações.

O calculo da área a ser preservada para um edifício pode ser feito de duas formas:
- 50% da área total, excluindo a projeção do edifício ou
- 20% da área total, incluindo a projeção do edifício.
O paisagista precisa providenciar a documentação específica, com projetos que demarcam claramente as áreas de recuperação e/ou preservação e listar as plantas nativas a serem utilizadas. Naturalmente, as plantas nativas variam entre as regiões, então leve em consideração esse dado. A mesma planta que é nativa no nordeste pode não ser no sul do país. Pesquise, conheça, aprenda.
Nós lidamos com a vida, não só de humanos, mas outras vidas estão em nossas mãos. Essa é a beleza do nosso trabalho.
Um abraço verde
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